Alexandre Vidal/Fla Imagem
Notícia que corre hoje: faltam poucos detalhes para que Zico seja confirmado como novo técnico da seleção do Iraque. O Galinho está animado com a oportunidade, diz não temer a violência no país, celebra o fato de voltar a comandar uma seleção e quer levar o time de volta a uma Copa do Mundo, o que não ocorre desde 1986.
É bacana ver um ídolo do futebol nacional em um país como o Iraque, que, nos últimos 20 anos, só tem aparecido na mídia por conta de desgraça (com exceção do título da Copa da Ásia de 2007, sejamos justos).
Mas, cá entre nós, esperava mais de Zico. Ele foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro e emendou o final de carreira com uma consagração de ídolo no Japão - até aí, tudo bem. Coroou a trajetória comandando a seleção japonesa e fez participação até que digna na Copa de 2006. Deixou o Japão para elencar uma trajetória de técnico na Europa, passando por Fenerbahçe, CSKA Moscou e Olympiakos, e foi quando passou a todos a impressão que gostaria de ser tratado como um técnico "de verdade", alguém para ser considerado como opção real para um time que precisa de treinador, mesmo que não no Brasil, devido à sua grande identificação com o Flamengo. Aí ele vai e acerta com o... Iraque?!
Talvez sua traumática recente passagem como dirigente na Gávea tenha pesado. Zico deixou o Olympiakos meio sem moral, veio para o Fla para ser (novamente) uma espécie de redentor do clube e saiu de maneira frustrante. Numa dessas, ele ao mesmo tempo fechou as portas do futebol europeu e abriu mão de um sonho maior, no Flamengo ou em outro gigante mundial.
Zico, hoje, não teria cartaz para bater de frente com José Mourinho, André Villas-Boas, Pep Guardiola e outros treinadores do primeiro escalão internacional. Mas poderia almejar ser algo mais do que um Bora Milutinovic ou Marcos Paquetá. Que, depois do Iraque, retome uma trajetória que tinha tudo para ser mais brilhante.
2 comentários:
O Zico, dentro de campo, foi um dos maiores expoentes do futebol brasileiro do final dos anos 70 até o começo dos anos 90.
Mas como técnico está fazendo um caminho totalmente bizarro. Na função de treinador tem muito a provar ainda, mas parece que está mais interessado mais em dinheiro do que em fazer um trabalho digno.
Não consigo entender uma coisa dessa. Será que é alguma pulsão freudiana pela morte? Será que o cara não tem nada melhor do que isso? Nem que a segunda divisão no Brasileirão por exemplo?
Se ele morrer lá, vai entrar para a "imortalidade risível", termo de Milan Kundera em A Imortalidade.
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