quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A Arena Amazônia precisa ser a nova casa da seleção brasileira

A proibição de times mandarem jogos fora de seus estados no Brasileirão é daqueles casos em que o debate não traz uma solução definitiva. Há argumentos consideráveis de todos os lados: a favor da proibição, a lembrança de que a venda de mandos pode desequilibrar uma tabela, em um campeonato tão equilibrado quanto o nacional; contra o veto, a autonomia dos clubes e - é disso que este texto trata - a necessidade de se aproveitar as arenas da Copa do Mundo.

(A controvérsia, por outro lado, é algo que não identifico na proibição da grama sintética: esta sim é uma decisão absurda, arcaica, retrógrada.)

Mas voltando às arenas: se nada de excepcional acontecer, teremos um restante de 2017 com pouquíssimos ou nenhum jogo dos times grandes em campos como Arena Pantanal, Arena Amazônia ou Mané Garrincha. Primeira Liga, Copa do Brasil e - vá lá - Libertadores podem apresentar um respiro, mas de antemão sabemos que não será uma agenda rotineira.

Isto posto, a solução para o aproveitamento dos elefantes brancos parece que precisa vir de uma instituição acima dos clubes: a seleção brasileira. A Arena Amazônia precisa se tornar a nova casa da seleção. Manaus tem todas as condições de abrigar delegações e torcedores brasileiros e estrangeiros. Que todos os jogos das Eliminatórias e amistosos, salvo raras exceções, sejam mandados lá.



Mas por que a Arena Amazônia e não os estádios de Cuiabá ou Brasília? A resposta está no fato de que, em primeiro lugar, Mato Grosso tem um time na Série B do Brasileiro. Então poderíamos ter o Luverdense recebendo adversários como Náutico, Santa Cruz, Goiás e, principalmente, Internacional na capital do seu estado. Já Brasília tem mais condições de abrigar jogos das outras competições citadas acima (Libertadores, Copa do Brasil e Primeira Liga) e seu estádio tem uma agenda um pouco mais ativa para shows e outros eventos.

O debate, evidentemente, vai além dos jogos da seleção brasileira principal. Os times femininos e de base também deveriam disputar seus jogos nesses estádios - quem explica o fato de que o Brasil NUNCA sediou os sul-americanos sub-20 e sub-17? E outra coisa que precisa entrar em cena é uma eventual proibição para que cidades não contempladas com a Copa - Florianópolis, Goiânia e Campo Grande, por exemplo - não pleiteiem ser essas sedes, para evitar a construção de novos espaços custosos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Poluição visual

A imagem abaixo reúne camisas à venda nas lojas oficiais de Arsenal, Bayern, Real Madrid e Santos. Quatro times tradicionais do futebol mundial. Há uma coisa que distingue a camisa do Santos das demais. Fácil perceber, não?



Sim, a camisa do único brasileiro nesse grupo é diferente das outras por não ostentar patrocínios. É, portanto, mais bonita, mais limpa do que a das outras equipes comparadas nesse post. Mas, porém, contudo, comparemos a camisa citada acima com a que o Santos utilizou no último jogo:



Toda a "pureza" que está disponível ao torcedor na loja online se esvai quando o time vai a campo - o que há, na prática, é um conflito desarmônico de marcas, desesperadas por chamar a atenção do torcedor.

Não se trata de uma crítica de tom "saudosista". Não contesto o fato de um time vender espaço na sua camisa para um patrocinador. Ao contrário: meu viés é plenamente mercadológico. Não há como dissociarmos, hoje, os uniformes de Real, Arsenal e Bayern (escolhi os times aleatoriamente, só pra registrar) de seus patrocinadores. Já no caso do Santos - e de outros brasileiros - as marcas não conseguem se coligar com a torcida. Até porque sofrem boicote da própria loja oficial do clube.

Times precisam de dinheiro. Falar ao mercado é fundamental. Só contesto se é por aí que a arrecadação fará mais sentido.