terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre a Portuguesa, mortes e ressurreições

A Portuguesa confirmou matematicamente algo que já vinha demonstrando há meses: foi promovida à primeira divisão do campeonato brasileiro. Joga agora o restante da Série B buscando levantar uma taça que será importante para o clube (mesmo sendo de segunda divisão, será um inédito título nacional).

A conquista da Lusa trará de volta o time do Canindé à elite após apenas três anos de ausência. O fato chama a atenção porque ainda há, no Brasil, uma tendência de decretar o "falecimento" de uma equipe após um resultado insatisfatório.

Não foram poucos os que previram ou sugeriram o fechamento da Portuguesa em 2006, quando o time foi rebaixado no Paulista e passou muito perto de cair para a Série C nacional, e voltaram à carga em 2008, na vez em que o time fez apenas um "bate-volta" na elite brasileira.

O ressurgimento da Portuguesa acaba sendo apenas mais um entre os vários ressurgimentos que o futebol nacional nos últimos anos. Na "era pontos corridos", não foram poucos os times que jogaram a Série A, foram para o inferno da C e depois voltaram para o esplendor da elite. O Bahia que voltou ao primeiro esquadrão neste 2011 é um exemplo. Vitória e Guarani (que, aliás, corre o risco de voltar à terceirona) são outros. O Criciúma tem passado perto. E há também os times que acabam por fazer da Série B apenas uma "casa de veraneio", como Figueirense e Coritiba.

A Portuguesa subiu. Joga ano que vem a Série A. Terá, a princípio, apenas a meta de se manter na primeira divisão. Se cair, logo logo alguém falará da "pobre lusinha". Calma, amigos. Num futebol sério e moralizado como o nosso está ficando (e não estou sendo irônico), cair e depois subir é parte do jogo.

domingo, 16 de outubro de 2011

E o Santa voltou!

Um empate dramático por 0x0 foi o suficiente para que o Santa Cruz subisse à Série C do futebol brasileiro. O tricolor pernambucano segurou o Treze no Recife e foi beneficiado pela regra dos "gols fora" - na Paraíba, o duelo de ida havia sido 3x3.

Assim, o Santa apaga um pouco o vexame épico que proporcionou nos últimos anos - lembrando, a equipe estava na Série A em 2006, há apenas cinco anos.

Oeste e Cuiabá, que respectivamente eliminaram Mirassol e Independente-PA, também subiram de divisão.

Parabéns aos três!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Andares de baixo

O Escanteio Curto faz um giro nas divisões inferiores do futebol nacional.

Série B
A Portuguesa segue soberana e só não subirá de divisão se uma tragédia ímpar atingir o Canindé - aliás, diria mais: a perda do título da Segundona seria algo bem chato para os lusos. A rubro-verde tem 54 pontos, cinco a mais do que a vice-líder Ponte Preta e 11 a mais do que o Sport, o quinto colocado, na "linha de corte" do acesso. De 2006 pra cá, quando a Série B adotou o sistema de pontos corridos, a pontuação do pior entre os promovidos é em média de 62,2. Ou seja, com três vitórias nos 11 jogos faltantes a Portuguesa deve atingir a pontuação necessária para o acesso. Aliás, uma meta nada impossível para a Portuguesa é tentar superar o Corinthians de 2007 como o melhor campeão da Série B (dos pontos corridos) de todos os tempos: o alvinegro fez na ocasião 85 pontos, número que a Lusa alcançará se vencer sete vezes. Apesar das estatísticas, a história mostra que sempre devemos ser um pouco reticentes em se tratando de Portuguesa. Aguardemos.

Na busca pelas outras três vagas, a Ponte Preta quase sempre esteve na segunda colocação e é a mais forte candidata. Mas sua distância para os outros times já foi maior. Náutico e Americana fecham o G4 e a formação da zona da elite não se modificará até a próxima rodada, já que todos têm mais de três pontos de distância para o Sport. O rubro-negro pernambucano lidera a turma dos que correm por fora e Boa Esporte, Bragantino e Vitória também sonham com o acesso.

A zona inferior tem um time 99,9% rebaixado, o Duque de Caxias - com uma vitória e oito empates em 27 jogos, faz campanha épica. O Salgueiro também não deve se safar. Curioso é ver que os outros "favoritos" ao descenso são Goiás, São Caetano e Vila Nova - os dois primeiros estavam na elite até pouco tempo e o terceiro fazia boas campanhas na Série B. Icasa, Barueri e o ioiô Guarani também não podem se descuidar.

Série C
A terceira divisão nacional vive sua fase semifinal, a mais importante: são oito times divididos em duas chaves com quatro equipes cada. Os times jogam entre si dentro dos grupos e os dois melhores de cada chave conquistam o acesso. Haverá ainda uma decisão de título, com os campeões de cada chave, mas é agora que o acesso, o trabalho de um ano inteiro, será julgado.

Paysandu, CRB, Rio Branco-AC e América-RN compõem uma chave e Joinville, Ipatinga, Chapecoense e Brasiliense formam a outra. O bom início - dois jogos e duas vitórias, uma delas fora de casa contra o Rio Branco - deixam o Paysandu como favorito. O Papão pode garantir seu acesso até mesmo na próxima rodada, com três partidas de antecedência - basta vencer o CRB em Alagoas e torcer para que Rio Branco e América empatem. Já o grupo "sulista" segue equilibrado.

Lembrando que o final da primeira fase da Série C decretou os rebaixamentos de Araguaína, Marília, Brasil-RS e Campinense (naquele jogo pra lá de confuso).

Série D
Uma pendência judicial está travando a quarta divisão brasileira. A decisão da segunda vaga do Grupo 5 entre Itumbiara e Anapolina (ambos de Goiás) ainda segue sem decisão - a Anapolina venceu o Tocantinópolis por 4x1, resultado que ainda assim não o garantiria na fase seguinte. Há suspeitas de cai-cai por parte dos jogadores do Tocantinópolis (o que parou o jogo e fez com que a Anapolina não fizesse o resultado que precisava). Com isso, há ainda uma equipe a ser definida para a disputa das quartas de final da competição.

À parte da confusão, os outros três duelos das quartas já definidos são Cuiabá-MT x Independente-PA, Treze-PB x Santa Cruz-PE e Mirassol-SP x Oeste-SP. O Tupi, de Juiz de Fora, é quem aguarda a resolução judicial - o time da terra de Itamar Franco enfrentará o vencedor do duelo entre o Villa Nova-MG e Itumbiara ou Anapolina.

Cada um dos vencedores das disputas das quartas de final estará na Série C do ano que vem.

Triste rotina

Tal qual aconteceu contra o Flamengo, mais uma vez o Santos esteve à frente de um jogão pelo Campeonato Brasileiro. Um pouco menos espetacular, é claro, mas até porque o nível daquela partida não é fácil de se repetir - mas houve emoção para quem quisesse, com empate aos 44 do segundo tempo e desempate aos 50. E, tal qual no duelo contra o Fla, agora novamente o Santos sucumbiu diante do adversário: o Fluminense, em partida disputada em Volta Redonda.

O 3x2 acabou sendo justo pelo que as duas equipes apresentaram. Neymar esteve ótimo mais uma vez, mas encontrou um Borges apagado e um Alan Kardec perdido - o "espírita", aliás, jogou mal como ponta, a posição que o havia consagrado no duelo contra o Corinthians. Elano foi mais uma vez ridículo e Arouca comprovou ser um dos (ou "o"?) melhores volantes do Brasil.

O Santos havia perdido na rodada anterior para o Figueirense e agora sucumbiu diante do Flu (que, aliás, é candidato ao título). As duas derrotas retiram de vez o time de Muricy da disputa pelo troféu do Brasileirão. Como torcedor, é chato ver que pelo quarto ano seguido o Santos fará um Brasileiro chocho - e se em 2008 e 2009 tivemos elencos péssimos, em 2010 e 2011 dispomos daquele que é pra muitos o melhor time do Brasil, o que amplia a frustração.

Já que o resto do Brasileirão tende a ser uma chatice, o que dá certo alento é ver que os testes para a formação ideal para o Mundial seguem sendo feitos. O Santos fez duas contratações para o meio-campo - Henrique e Ibson - que, somados aos outros jogadores da linha ofensiva da meiuca, Ganso e Elano, dariam ao Peixe um setor inquestionável. Acontece que todos esses quatro não têm feito coisas boas nos últimos tempos. Ganso apanha do próprio físico (e da cabeça também...), Elano é pífio desde o segundo trimestre de 2011 e Henrique e Ibson, até agora, não mostraram a que vieram. Muricy tem mantido Henrique no time em detrimento de Adriano, o sempre eficaz Adriano, acreditando no nome do ex-cruzeirense e no seu status de atleta de seleção. Um amigo definiu Henrique como "o Possebom mineiro", o que pode ser precipitado, mas indica o quanto os santistas não estão muito contentes com o que ele vem demonstrando até agora.

Quarta-feira o Santos enfrenta o Grêmio, repondo um dos seus dois jogos adiados. Vamos ver.