Ontem à noite, perdi algumas horas de meu "precioso" tempo para acompanhar a estreia do SPFC pela Copa Sul-Americana. Disse precioso, embora esta não seja a palavra mais adequada: só é precioso o tempo de quem produz; como, no momento atual, nada produzo, minhas horas valem pouco menos que nada.
Sim: estou desempregado. A notícia me pegou de surpresa, na semana passada, razão pela qual não tive muita cabeça para postar o que quer que fosse nesta ágora digital.
Luiz Inácio cultiva uma simpática mania de reduzir todos os fenômenos do universo às quatro linhas. Com ele, uma rusga entre ministros ou uma crise planetária acabam fatalmente se transformando em metáforas futebolísticas.
Farei o mesmo, talvez sem a mesma maestria: perder o emprego é como levar uma virada histórica em uma final de campeonato. O bom é que sempre haverá um outro torneio à nossa espera, pronto para nos fazer esquecer do fracasso de ontem.
E ontem - ontem mesmo - eu poderia dizer que o Tricolor teve seu fracasso particular - mas não o farei. A verdade é que o time fez o máximo que podia. Por outro lado, o Ceará lutou de maneira incansável pelo bom resultado em casa.
O gol de Rivaldo acabou por representar um cruel castigo para o Vozão, que dominou a partida e buscou o gol desde que a bola começou a rolar. Alguém dirá que este meu texto está um tanto simpático ao Ceará.
E de fato está. Difícil não simpatizar com um adversário tão lutador, principalmente depois daquela pintura de Rudnei, que empatou a partida, no final do primeiro tempo, abrindo o caminho para a vitória do time cearense.
Há de se considerar que a derrota não foi de todo ruim para o São Paulo, ainda mais levando-se em conta que a equipe marcou um gol fora de casa. Para ficar com a vaga, basta que os atletas parem de cochilar em campo, imitando, quem sabe, o espírito de luta do Ceará.
Queimadas de língua
Tudo bem, admito: queimei feio a língua com meu último post. Pelo andar da carruagem, Flamengo - e, de certa forma, o São Paulo - têm vida longa no Brasileirão. É provável que terminem na frente do Corinthians, que, por outro lado, continua (na minha visão) a ser um dos principais candidatos ao título.
Se bem que, permitam-me ser polêmico: que adjetivo, senão mequetrefe, poderia ser usado para definir um campeonato cujo craque é Ronaldinho Gaúcho em plena decadência?
Posso estar enganado, mas acredito que, com muita sorte, o dentuço seria reserva na Ucrânia, na Grécia ou na Turquia. Aqui, deita e rola sobre a legião de jogadores limitados, que tanto encantam os cartolas corruptos e técnicos tacanhos de nosso país.
Hora de mudar o disco
Acabo de ver na Record a chamada de uma matéria especial sobre o Pan de Guadalajara. Como de praxe, os atletas são tratados como heróis pelo simples fato de participarem da competição.
E eis que aparece a farsa Daiane dos Santos, tratada como um gênio do esporte. Sabe-se que o principal talendo da gauchinha é frustrar a torcida brasileira nos jogos olímpicos. Ela executa essa função com maestria, melhor até do que quando ganha campeonatos fajutos contra atletas de países sem qualquer tradição na ginástica.
Incrível que uma derrotada como ela ainda receba pompas de heroína. Fosse um futebolista com tantos fracassos nas costas, receberia como única láurea o sonoro desprezo do povo brasileiro.
Porém, a mídia nacional costuma ter extrema complacência com os fracassados. É provável que Daiane continue a desfrutar por décadas de seu manto de rainha, ainda que sem coroa.
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