Ontem o Palmeiras voltou ao local onde sofreu a sua vergonha anual. Anual pois de uns bons tempos pra cá, o Palmeiras não é o Palmeiras sem passar por uma bela decepção, daquelas dignas de "só acontece com a Portuguesa" ou "só podia ser com o Botafogo".
Aquele 6x0 que eliminou o time da Copa do Brasil (os mais fanáticos diriam que o time foi eliminado em São Paulo - "ainda dava" - mas eu não compartilho de tal debilidade neurológica) deixou no ar uma certa vontade de vingança na cabeça dos jogadores. Só que depois de levar um gol logo o no início, tal vontade se transformou numa mistura de "de novo?" com "o empate é um bom resultado". E foi um bom resultado.
O gol no início, no rebote de uma das defesas mais sensacionais que já vi no futebol, não causou tantos calafrios na minha, ultimamente sofrida, cabeça de palestrino. E digo porquê: o time não estava tão acuado como naquele fatídico vexame, dava sinais que conseguia encostar na bola alguns segundos em sequência e o Coritiba não anda, de fato, metendo mais medo em ninguém. Com o gol de empate logo em seguida após um desvio na zaga, tive a certeza de que as coisas não dariam totalmente errado novamente. E não deram.
O Palmeiras foi até melhor e mais perigoso do que o Coritiba, que parece procurar aquele futebol mágico do primeiro semestre (existente apenas na cabeça do técnico e nas saudades da torcida). Inclusive teria a chance de virar a partida se o juiz marcasse um penalty em cima de Luan, o maratonista. Mas o jogo estava tão feio que não merecia mais gols. Alguma emoção mesmo só após a expulsão do Thiago Heleno graças a um chute de Maurício Ramos digno de Marco Ósio. E não foi nada que se possa dizer "nossa, mas que emoção incrível, que emoção sublime!". O time da casa foi todo pra frente, a torcida gritava mais pra não passar frio e a zaga do Palmeiras conseguia afastar na base do bola pro mato. E ficou tudo nisso.
O caso é que o Palmeiras é um time difícil de ser batido. A marcação é muito forte no meio, justamente pela falta de neurônios capazes de colocar alguém na cara do gol, e a defesa consegue fazer o seu papel de deixar a bola longe do goleiro. Quando nada dá certo, Marcos ainda consegue evitar o pior mesmo com seus 38 anos de santidade, títulos, falta de cabelo e excesso de contusões.
Mas da mesma forma que é difícil de ser batido, o time sofre da mesma dificuldade em bater. Enquanto o fator casa coloca no time algum ímpeto e vontade de fazer a bola entrar de qualquer jeito, as vitórias fora de casa serão raridade. Só que a dupla vitória em casa e empate fora deixou de ser receita pra títulos desde 1994 quando triunfos deixaram de valer 2 pontos. Resta ao torcedor palmeirense esperar que sobre alguma vaga ali entre o segundo e terceiro lugares para um time com cara de 0x0. E aí a frase "na Libertadores é outra história!" tomará conta da sanidade de 99% da torcida do Palmeiras, que irá sonhar um pouco com um novo 1999.
4 comentários:
Impressão minha ou o Luan é um jogador até que bom, e sacaneado pela torcida palestrina?
Sim! Tem total razão. Ele perde seus gols mas é muito importante pro time. E titular absoluto.
Cara, mas R$7MM??? Não é muita grana por ele?
Não acho, Daniel. Pois ele tem mercado na Europa. Se ele nunca tivesse jogado fora daqui, eu acharia. Engraçado isso.
E bem ou mal, ele marca seus gols, o que faz com que outros times, especialmente da França, tenham portas abertas pra ele.
O Palmeiras está numa fase muito focada em manter os investimentos sobre controle. Provavelmente estão vislumbrando uma venda dele por uns R$10mi pro mercado Europeu ao fim do campeonato brasileiro.
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