Que terá passado pela cabeça de Amir Sayoud nos instantes que precederam a execução daquela penalidade máxima? Por certo, o meio-campista argelino não pensava em fazer história. Se muito, há de ter cogitado, astuto: “Procederei com uma ‘paradinha’ – mas de maneira tão discreta, que o juiz não terá forças para anular o tento”. Pois o jovem atleta do Al Ahly conseguiu um bocado mais.
O que é, afinal, um gol de pênalti perto desta ocorrência bisonha que o rapaz cometeu em jogo válido pela Copa do Egito? Veículos da imprensa estrangeira, desde ontem – data da partida entre Al Ahly e Kima Aswan –, indagam-se se não foi este o pior pênalti jamais batido em todos os tempos. De fato: o canhoto Amir Sayoud chutou o seu de maneira invulgar.
Repare como, até o momento da paradinha propriamente dita, tudo se desenrolava a contento. O pé esquerdo do jogador ameaça a batida e retrocede em velocidade adequada. Mas então se dá a traição: o pé direito, ou “de apoio”, como se diz, escorrega. E lança adiante seu proprietário, que, mais por instinto que por senso de ridículo, faz uma última e fracassada tentativa.
O chute, prezado leitor, seria uma lástima se tivesse hora e lugar num campeonato interescolar. Categoria fraldinha. Em nível profissional, fica sendo cômico, coisa que o Amir percebeu de pronto, ao se levantar sem disfarçar o sorriso encabulado. Consideremos, ainda, o agravante: o árbitro, como manda a lei do futebol, aplica o cartão amarelo ao infrator. Pois claro. Amir atentou contra a própria reputação e contra a regra, que proíbe o movimento maroto da paradinha.
2 comentários:
Que beleza!
Bisonho!
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