7x1, tropeços nas Eliminatórias, risco de ficar de fora da Copa, técnico pra lá de criticado. O momento da seleção é desastroso, todos sabemos. Nessas horas, é comum que se conteste não somente o que se faz no comando do time amarelo, mas o futebol brasileiro como um todo: acabou a qualidade dos nossos jogadores, estamos no fundo do poço, só o Neymar presta e olhe lá.
É claro que a seleção está fraca e que não temos a quantidade de wordclasses de que dispúnhamos no passado. Mas daí a dizer que nossa safra é péssima, há um grande exagero. Não estou falando exatamente uma novidade: levantamento feito pela ESPN mostra que o Brasil é o único país com atletas entre os oito times que ainda disputam a Liga dos Campeões. Quer mais? Essa mesma situação ocorreu ano passado.
Para reforçar essa análise, muita gente tem lembrado daquela época que considero a verdadeiramente mais sombria do nosso futebol: o período entre as Copas de 1990 e 1994. Se hoje em dia tendemos a achar que o título nos EUA foi a consolidação de uma geração formada no Mundial da Itália, visão possibilitada pela presença de muitos jogadores nas duas Copas (Romário, Bebeto, Dunga, Taffarel, Muller, Ricardo Rocha, Branco), acabamos esquecendo que muita água - da turva - passou pela ponte que separou 1990 e 1994.
O jornalista Dassler Marques lembrou em seu Twitter de nomes aleatórios que jogaram pela seleção à época: gente como Gil Baiano, Odair (o "galã" ex-Palmeiras), Mazinho II (isso mesmo), Careca Bianchesi e outros. Fui relembrar o grupo que representou a seleção na Copa América de 1991.
A lista, que localizei no site Jogos da Seleção Brasileira, mostra que disputaram a competição atletas como Valdir, um volante à época no Atlético-PR; João Paulo, atacante ex-Guarani e Bari; Lira, lateral que atuou por Goiás e Fluminense; Márcio Bittencourt, ex-jogador e técnico do Corinthians; o já citado Mazinho II; e Silvio, um centroavante que jogava no Bragantino.
Acho que não há dúvidas de que Douglas Costa, Luiz Gustavo, Philipe Coutinho e até mesmo David Luiz são melhores do que essa galera, não é mesmo?
PS: Fora Dunga, urgente. O fato de a safra não ser tão ruim quanto parece é o que deixa ainda mais clara a falta de capacidade desse treinador.
Um comentário:
Só não concordo totalmente porque tenho bem vivas as lembranças do período 1986-1990 da Seleção. Tempos de perder por 3x0 da Hungria, de 4x0 pro Chile, tempos de ser vaiado em Salvador na Copa América e de ter jogador aparecendo na apresentação no aeroporto e ir embora de fininho só para convencer os outros times a liberarem seus jogadores pra viajar...
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