A vaga na final da Copa do Brasil veio de maneira tranquila. Seria então natural que o time concentrasse seus esforços para a decisão do mata-mata e não mais largasse força nas quartas e domingos do Campeonato Brasileiro.
Mas o Santos não pode pensar dessa forma. E explicarei o motivo.
Houve um tempo em que o Santos não ganhava títulos. Não preenchia, e pronto, sua sala de troféus com novas taças. Foram os sombrios anos 80 (os quais pouco acompanhei) e 90 - desses sim participei, digamos, de camarote.
À época, o Brasilerão não se fazia por pontos corridos. Os regulamentos se alteravam a cada ano. Mas permanecia, em todas as ocasiões, o que chamávamos de "fase decisiva". Fosse o mata-mata puro e simples de 96, 98 e 99; os grupos semifinais de 92, 93 e 97; a insanidade de 94 ou o sistema de dois turnos com mata-mata de 95, o que importa é que havia ali, naquelas ocasiões, o sentimento de "precisamos nos classificar", "na fase seguinte que o bicho pega" e quetais.
Pois bem; mesmo sem levantar taças, o Santos se fazia presente com boa frequência nesses contextos derradeiros. Em todos esses campeonatos que mencionei, só não esteve nas cabeças em 94, 96 e 99. Ali - ainda que com um desfecho frustrante - sabíamos que havia uma relevância nacional, uma chance de título, um motivo para dizer que, bom, pelo menos um dos degraus foi transposto.
Os pontos corridos mudaram o cenário e, hoje, para quem não cai e nem é campeão, a alegria resume-se a chegar ao G4. É o tal passaporte para a Libertadores - vale lembrar que foi por esse caminho que São Paulo e Internacional pavimentaram suas estradas para as conquistas recentes (2005, 2006, 2010).
Agora somemos os dois elementos citados neste texto para chegar à sua conclusão. O Santos está a um mata-mata com o Palmeiras - no qual entrará em campo com favoritismo no mínimo igual ao do adversário - de "pegar vaga na Libertadores" (as aspas aí se apresentam porque ganhar uma Copa do Brasil é muito mais que isso; é titulo, caras!). Por isso poder-se-ia pensar que o Brasileiro poderia não ser a prioridade do momento.
Mas o Santos não pode se conformar em não figurar, por tanto tempo, entre os melhores do campeonato nacional. O jejum é longo - o time não fecha o certame no G4 desde 2007, quando foi vice-campeão com um elenco que contava com Antonio Carlos Zago (!), Petkovic (!!) e era comandado por Vanderlei Luxemburgo.
Já que não há as fases de classificação dos anos 1990, é ao G4 que temos que nos fiar. E é isso que o Santos precisa buscar agora.
Um comentário:
Concordo! Até os no dia 25/11 só restarão duas rodadas no brasileiro, ou seja, não daria mais pra correr atrás do prejuízo. Além disso, não temos como saber as condições físicas dos titulares nesta data. Sendo assim, vai pra cima deles, Santos! Nas duas!
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