O Brasil venceu a Áustria ontem e assim fechou com 100% de aproveitamento sua temporada pós Copa do Mundo. A despeito do que se poderia esperar depois do vexame na semi do Mundial, Dunga está usando muita gente que disputou a Copa - ontem, entraram em campo Thiago Silva, David Luiz, Luiz Gustavo, Fernandinho, Willian, Neymar e Oscar. Oscar. Pois é.
Ainda estamos assimilando o golpe dos 7x1. A primeira etapa desse processo, como sempre ocorre, é a caça por vilões. Felipão é o mais lógico; falar sobre "os cartolas" é a saída que, embora verdadeira, aparece como a mais cômoda para quem busca dar uma opinião contundente sem ter que pensar muito. Mas especificamente em relação a quem entrou em campo, voltaram-se as baterias contra Fred, Júlio César, o coitado do Bernard, Fernandinho... e ninguém fala de Oscar.
É curioso, inusitado mesmo, como o meia do Chelsea aparentemente está isento de qualquer culpa pelo vexame brasileiro no Mundial. Principalmente porque ele não deveu somente contra a Alemanha - toda a sua Copa foi opaca, sem-graça, indigna de quem tinha a responsabilidade de liderar o meio-campo e a criatividade do time.
Oscar jogou praticamente toda a Copa. Foi titular nos sete jogos do Brasil e, neles, deixou o campo em apenas duas ocasiões, contra o México (aos 39 do segundo tempo) e Chile (durante a prorrogação). Pouco fez, pouco brilhou. E olha que ele estreou bem contra a Croácia, chegando até a marcar um gol. Depois, foi apenas um complemento no time, e só voltou a brilhar - se é que podemos falar isso em relação àquele dia - quando marcou o solitário gol brasileiro no massacre imposto pela Alemanha.
Não quero, aqui, dizer que Oscar é um jogador fraco e que não deveria mais ser chamado para a seleção. Acredito que ele vai muito bem no Chelsea e até tem o que acrescentar ao Brasil - por ser jovem, tem condição de disputar a próxima Copa. Apenas busco, digamos assim, atribuir as responsabilidades a quem é de direito. O sarrafo no técnico e nos dirigentes não pode excluir um atleta - especialmente um de alto nível, como é Oscar - de ser avaliado pelo que deixou de fazer quando a seleção mais precisava dele.
Foto: CBF
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