O Santos jogou ontem pela Copa do Brasil e perdeu para o Londrina por 2x1, fora de casa. O time que representou o Peixe era composto integralmente por jogadores considerados reservas. Dessa vez, diferentemente do que ocorre em tantos outros casos, até o goleiro não era o principal. A titularidade ficou com Vladimir - que acabou falhando no primeiro gol da equipe paranaense.
Vladimir é reserva de Aranha. Assim como fora de Felipe e Rafael. Integra a equipe profissional desde 2009. E, apesar de poder dizer que tem no currículo títulos como a Libertadores de 2011, a Copa do Brasil de 2010 e outros, tem apenas nove - isso mesmo, nove - jogos pelo Peixe, segundo o site oficial do clube. Apenas a título de comparação, o atacante Rildo, que chegou esse ano e não desfruta do status de titular, já tem 17 partidas em seu cartel.
O caso de Vladimir é curioso, mas está longe, bem longe de ser o único. Nosso futebol está cheio de goleiros reservas que permanecem anos e anos nos mesmo time, sempre na condição de reserva, assistindo a tudo direto do banco, vendo a vida passar enquanto as coisas acontecem para os outros.
Exemplos? Um célebre é o de Júlio César, o jogador com mais títulos na história do Corinthians. Ele fez parte do elenco principal do clube do Parque São Jorge entre 2005 e o mês passado e, embora tenha sido titular em algumas ocasiões, passou a maior parte da carreira no banco de gente como Fábio Costa, Felipe e, mais recentemente, Cássio. Outros igualmente famosos são os suplentes de Rogério Ceni no São Paulo, categoria que consagrou os nomes de Bosco e Roger - este, quando enjoou de ficar no banco no Morumbi (depois de quatro temporadas), correu para o Santos, onde... foi reserva do Fábio Costa.
Tendo a achar que a trajetória de um goleiro conformado em ser reserva de um time grande era resultado da falta de ambição do sujeito. Sim, porque o cara que tem bola para ser reserva de Santos, São Paulo e Corinthians tem todas as condições de brigar pela titularidade em equipes de outro porte, ou de dar uma guinada na carreira - por exemplo, como fez Diego Cavalieri, insatisfeito em ser banco de Marcos, que acabou virando ídolo no Fluminense e campeão com a seleção.
É claro que há situações opostas. Os citados Marcos e Rogério Ceni comeram um bom tempo de banco para depois se consagrarem e entrarem na galeria dos maiores nomes da história de seus times. Porém, o que aconteceu com os pentacampeões foi exceção. É mais comum vermos goleiros reservas que esperam, esperam, esperam e depois veem a titularidade parar nas luvas de um sujeito recém-contratado.
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