sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Camisa 12 e a falta de ritmo de jogo

Foto: Santos FC
No domingo passado, o Santos perdeu para a Portuguesa por 3x0. Um dos fatores, entre tantos, que explicou a derrota do Peixe foi a má atuação do goleiro Vladimir, que substituiu Aranha. Ele pulou atrasado no primeiro gol luso e poderia ter atuado melhor nos dois restantes.

Após o fim da partida, Vladimir e o técnico Claudinei analisaram que um dos fatores que explicariam a má atuação do arqueiro seria a ausência de ritmo de jogo - foi apenas a primeira partida oficial de Vladimir no ano. Ele era o terceiro goleiro até pouco tempo, foi alçado à primeira suplência com a saída de Rafael do Santos e jogou contra a Portuguesa porque Aranha recebera o terceiro cartão amarelo na partida anterior.

"Falta de ritmo de jogo". Hum, vamos lá.

Não, não vou contestar que esse é um fator importante. E também não direi que essa é uma desculpa esfarrapada por parte de Vladimir. Acho que não cabe contestação a um elemento sempre mencionado como importante por jogadores, técnicos e comentaristas.

O que quero abordar é justamente o fato de Vladimir estar completamente sem ritmo de jogo. E de ter feito sua única partida oficial logo nesta época, em que o ano está mais próximo do fim do que do começo.

Acho, e sempre achei, muito curioso como se mexe muito pouco na posição de goleiros. Mandar um goleiro para o banco é um parto - não há substituição de camisa 1 que não envolva crise, protestos de torcida, questionamentos da imprensa e por aí vai.

E o que menos me desce é quando o goleiro titular é mantido ainda que o time vá a campo com uma escalação completamente reserva. É uma situação bem comum. Numa googlezada rápida, achei três jogos em que o time jogou com 10 reservas e somente o goleiro titular: São Paulo e Rogério Ceni, Atlético e Victor, Flamengo e Felipe.

Além dessa questão bizarra de não poupar os goleiros titulares (eles nunca se cansam? não precisam de repouso?), há ainda o fato de que - e aí não faço uma crítica, só uma constatação - não existem goleiros específicos para cada tipo de jogo. Um técnico pode optar por um atacante mais rápido ao invés de um centroavante centralizado se a partida assim o pedir, mas o goleiro será sempre o mesmo.

Curiosamente, a posição que menos afeta o entrosamento de um time é a menos modificada.

Com isso, acaba sendo impossível mesmo que os caras peguem ritmo de jogo, aqueçam, interajam com os companheiros e por aí vai. Serão sempre estranhos nas eventualidades, fatalidades, calamidades - porque é assim que a coisa é tratada - em que vão a campo.

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