quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Conhecendo Wembley

A sorte me ajudou e colocou no meio de minha viagem a Londres (mais precisamente, no segundo dia, 6 de setembro) um jogo da seleção inglesa pelas Eliminatórias no estádio de Wembley, contra a Moldávia. Eu teria, então, a oportunidade de ver o estádio em ação em um jogo real, numa experiência que vai além dos tours comumente oferecidos a turistas (que são legais, que fique claro).

Acabei então tendo a oportunidade de conhecer um estádio sensacional. Localizado a apenas 100 metros da estação do metrô, com assentos confortáveis, acesso rápido na entrada e na saída e uma série de outras coisas bacanas. Como escadas rolantes para os setores superiores (onde fiquei), lanchonetes de qualidade (embora caras), banheiros limpos e em grande quantidade, e cerveja para quem queira curtir antes de ver a partida. E também com visibilidade perfeita e com uma fachada linda e imponente.

Ver isso tudo é bem legal, mas não deixa de dar uma certa depressão quando penso no que há aqui no Brasil. E não me refiro a estádios antigos, como Vila Belmiro e Pacaembu. Eu fui a dois estádios já prontos para a Copa de 2014 (Mineirão e Mané Garrincha) e posso dizer que mesmo estes estão bem atrás do que existe em Wembley.

(Parêntese importante antes de prosseguir. Nelson Rodrigues foi genial ao criar a expressão "complexo de vira-lata", mas tem muita gente jogando a expressão no lixo ao usá-la de formas das mais equivocadas. Existem coisas do exterior que são melhores do que as do Brasil, e qual o problema em reconhecer isso? Temos que fechar os olhos ou deixar de enaltecer o que é melhor? Eu, particularmente, gosto de saber o que se faz de bom nos outros campos do mundo porque espero que, um dia, possamos desfrutar desses benefícios também aqui no Brasil.)

Falando agora do futebol propriamente dito, a partida não foi das mais legais. A seleção inglesa não é grande coisa e a Moldávia é inexistente (tem apenas uma vitória nessas Eliminatórias, e contra San Marino). Os ingleses construíram o 4x0 com facilidade e nem se esforçaram para fazer mais.

E em relação à torcida, um jogo da Inglaterra me pareceu algo bem parecido do que ver uma partida da nossa seleção. Havia um grupo com pegada de torcida organizada, que cantava o tempo todo, e uma imensidão que permaneceu calada na maior parte do jogo, com exceção de alguns momentos em que acompanhava os mais animados. Talvez a principal diferença em relação ao Brasil se deu pela ausência de vaias, tanto para juiz, adversários e, principalmente, para o próprio time - tenho certeza que se a seleção brasileira jogasse com a mesma falta de apetite que os ingleses mostraram aquele dia, a torcida-CQC (como alguém definiu no Twitter) não perdoaria.

Valeu por conhecer Wembley. Fiquei curioso de ver se a torcida inglesa se comportaria da mesma forma "distante" se como adversário estivessem as rivais França ou Alemanha, ou até mesmo uma outra seleção de grande porte. De todo modo, é o terceiro estádio que já recebeu uma final de Copa que visitei (os outros dois são Maracanã e Centenário).

Abaixo, um videozinho com o pontapé inicial da partida.

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