quarta-feira, 4 de abril de 2012

O andar de baixo paulista

Começa neste fim de semana a fase semifinal da Série A2, a segunda divisão do futebol paulista. Os oito remanescentes no torneio dividem-se em dois grupos; os dois melhores de cada chave garantem o acesso. Audax, União Barbarense, Ferroviária e Atlético Sorocaba compõem um grupo, e Red Bull, Penapolense, São Bernardo e Noroeste estão no outro.

Pela campanha na primeira fase, os quatro favoritos ao acesso são Atlético Sorocaba, São Bernardo, Red Bull e Audax. Quatro times sobre os quais cabe uma reflexão. Atlético e São Bernardo são equipe relativamente novas – e ambas têm um pé administrativo fora do futebol. O Sorocaba é de propriedade do líder religioso Rerendo Moon, enquanto o São Bernardo é comandado por políticos da cidade.

Por sua vez, Red Bull e Audax integram a lista dos famigerados clubes-empresa. O Audax é o antigo Pão de Açúcar EC, que mudou de nome para, entre outros motivos, evitar o boicote da Globo (que o chamava de “PAEC” e até mesmo de “Embu”, quando a equipe esteve sediada no município). Já o Red Bull, tal qual a bem-sucedida escuderia de Fórmula 1, é bancado pela fabricante de energéticos.

Ao contrário de muita gente – da maioria das pessoas com quem converso – não torço contra esses clubes-empresa. Eles roubam o lugar dos tradicionais? Sim, mas o fazem porque os dirigentes dos tradicionais são incompetentes para gerenciar o futebol. Eu acredito que a ascensão dessas equipes pode ser um chacoalhão necessário para o futebol.

Descenso
Enquanto isso, na parte de baixo da tabela, a zona de rebaixamento da A2 traz também suas curiosidades. Caíram para a segunda divisão Palmeiras B, Rio Preto, União São João e América.

O Palmeiras B, digamos a verdade, nunca deu muito certo. Ou é algo que mobiliza os torcedores do Parque Antártica e revelou inúmeros jogadores à equipe verde? Mas se o Palmeiras insiste, deve ter suas razões.

É também interessante ver dois times da mesma cidade – e que até pouco tempo estavam na primeira divisão – caírem simultaneamente para a terceirona. Assim como chama a atenção ver a queda do União São João, que entre 2005 e 2010 esteve entre os melhores da A2 e refugou na hora de subir.

Não é o caso de falarmos de “crise do futebol do interior” ou traçar cenários apocalípticos. Há um montão de exemplos que deixam claro que cair de divisão não é o caos pintado por muitos. Eu, particularmente, torço para que o União volte.

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