Falarei sobre um assunto que já foi notícia há um bom tempo, mas os bons debates no futebol sempre podem acontecer. Então, antes de mais nada, pergunto: vocês já viram o novo símbolo da Juventus, que começará a ser utilizado na próxima temporada? Se ainda não, segue a comparação entre o atual e o novo.
A mudança é completa, transformadora, agressiva. Sai um símbolo com o jeitão habitual dos escudos de futebol e entra algo estranho ao universo em que vigorará.
Como não podia deixar de ser, uma mudança dessa monta recebeu dezenas de ataques - em especial, dos saudosistas-de-boutique, aqueles que amam um futebol que não viram ou evitavam viver. Mas até mesmo gente menos apegada aos tempos idos (como eu) tomaram um baita susto com a mudança.
Até porque o novo logo da Juventus não se resume a uma simples "atualização no escudo", algo com o qual estamos acostumados. Vimos isso, por exemplo, com o Internacional, que adicionou em 2009 o nome completo e ano de fundação em seu distintivo, e com o Atlético de Madri, que deu uma mudada boa na sua marca, mas mantendo o mesmo espírito (vale muito ler essa análise que explica e justifica a alteração colchonera).
É então que trago a pergunta do título do post: estaríamos prontos para uma mudança desse tipo nos clubes brasileiros? Ou melhor: estamos interessados nisso? Queremos esse tipo de mudança?
Para essa discussão, temos que levar em conta, antes de mais nada, que alterações em distintivos não são algo exclusivo da contemporaneidade. Ao contrário: até os clubes se consolidarem como marcas históricas, as transformações aconteciam com grande frequência. O Estadão publicou um ótimo levantamento esses dias com as mudanças nos clubes paulistas, e a imagem abaixo mostra bem como o Corinthians alterou sua marca ao longo dos anos.
Ou seja: mudar não é novidade.
A questão é que, hoje, teríamos que incluir duas coisas no debate. A primeira é: por que mudar? Existe uma razão palpável para alterar o mais nobre dos símbolos de um clube? Seria a "mudança pela mudança"? Já o outro ponto é justamente levar em conta o tradicionalismo e ponderar se a alteração - ainda que com todas as eventuais justificativas - seria algo que valesse a pena.
Falando como torcedor e trazendo o debate para o caso específico do meu time, eu tenderia a ser contrário a qualquer mudança. Considero o símbolo do Santos bonito, adequado, "redondinho". Mas creio que uma eventual modificação deveria ser posta à mesa, para reflexão. Se queremos melhor gestão para os nossos clubes, podemos aprender com as lições dos dirigentes do passado que, pensando à frente, mudaram suas marcas.
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