Não procurem o Santos na primeira metade da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. O lugar do alvinegro não é aquele próximo dos times com um grifo em azul ao lado do número que designa a sua posição na tabela, mas sim um em que as posições destacadas em vermelho são mais próximas. O 11º lugar é o que restou após uma rodada que marcou a segunda derrota consecutiva no nacional, e o sexto revés em sete jogos. Em todo o mês de agosto, o Santos disputou 18 pontos e conseguiu apenas três (na vitória sobre o Atlético-PR por 2x0, na Vila).
Os números descrevem uma crise. Mas, não, descrever um cenário catastrófico não é procedente com o que se vê no time da Vila atualmente - até porque, em meio a esse fraco desempenho no Brasileirão, o time teve uma exibição de gala pela Copa do Brasil, com os 2x0 no Grêmio na casa do adversário.
Acredito que Oswaldo de Oliveira está construindo um trabalho que pode ser qualificado entre o médio e o bom. O ano começou com o time voando, houve depois uma queda de rendimento que culminou na perda do Paulista e, a partir do Brasileirão, o time adquiriu sua postura mediana, com altos e baixos (mais baixos do que altos no momento presente).
Mas a realização de um trabalho que, como já descrito, fica entre o médio e o bom, é credencial o suficiente para que eu deseje a permanência de Oswaldo de Oliveira no Santos, salvo um desandar monumental a ser verificado a partir de agora (ou um setembro pior do que agosto). Além de enxergar méritos no que foi construído de lá até agora, o que me faz ter essa posição é a falta de alternativas concretas: qual seria uma solução melhor? Enxotar OO e trazer Geninho, Gilson Kleina, Celso Roth ou qualquer outro que viria com prazo de validade? Dispenso.
É claro que há ajustes a serem feitos. O mais importante tem nome e sobrenome: Thiago Ribeiro. É complicado vê-lo como titular, em especial nas ocasiões em que seus concorrentes no ataque - Rildo, Leandro Damião e Gabriel - estão há disposição. Nenhum deles, nem mesmo Damião!, tem futebol inferior ao ex-São Paulo e Cruzeiro. No caso de Damião, há ainda um fator tático, seu posicionamento em campo, o que o torna uma opção melhor do que Ribeiro no atual momento.
Outro ponto a ser resolvido é a dependência excessiva de Lucas Lima. Sim, o rapaz é bom, foi uma grata surpresa a todos os santistas (que atire a primeira pedra o que colocava 1% sequer de fé no sujeito), mas não pode ser consagrado como o principal articulador peixeiro, o cérebro do meio campo, o único ponto de desafogamento. Há de se ter uma opção à lucasdependência.
O Santos pode acreditar em um Brasileiro melhor. Tem time para isso e sua concorrência não é essa maravilha toda. Esse grupo tem condições de se ver distante da segunda página.
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