Na comédia romântica "Nunca fui beijada", estrelada por Drew Barrymore, há um diálogo que ficou na minha cabeça. Em determinado momento do filme a personagem de Drew, Josie, conhece uma moça em seu colégio cujo nome é Aldys. Ela então diz: "Aldys, que nome bonito!". No que a colega retruca: "é um nome muito bonito quando não é o seu".
O Santos 4x5 Flamengo de ontem deixou essa sensação nos santistas. Foi um jogaço. Mesmo. Uma das melhores partidas de futebol no Brasil nos últimos 10, 15 anos. Atuação de gala do melhor jogador brasileiro na atualidade, Neymar, e também de um dos reis da década passada, Ronaldinho. Uma partida daquelas que todos falarão no futuro.
Mas... é difícil para um santista assimilar esse "mérito" todo da peleja, ao menos por enquanto. O que se pensa, agora, é na incompetência de um time que faz 3x0 sobre o adversário com 26 minutos, jogando em seus domínios, e permite o empate. Ou que reverte a situação, constroi um 4x3, mas acaba ficando com a derrota.
Acaba ficando ofuscada a maravilhosa atuação de Neymar, apagada pelo desempenho apagado de Ganso, por uma péssima jornada de Léo e Pará, e por Elano. Notem que não usei adjetivo para me referir a Elano; ele, ontem, nada mais foi do que o que vem sendo desde fevereiro, quando se iniciou sua sequência de péssimas atuações com a camisa do Peixe. Ídolo é ídolo, mas não há crédito que seja eterno.
Raras vezes vi uma partida ser tão elogiada quanto a de ontem. É consenso que foi um jogaço. Mas aí o torcedor santista, tal qual a Aldys do filme de Drew Barrymore, pensa em seu íntimo: "foi um jogaço porque não foi com o seu time". E vamos em frente.
Lesões e punições
Em meio ao grande futebol apresentado por Santos x Flamengo ontem, um fato acabou passando batido. Ainda no primeiro tempo, Neymar cometeu uma falta corriqueira em Luiz Antonio. O jovem meio-campista do Flamengo caiu de mau jeito e sofreu uma luxação no ombro, tendo que ser substituído. É ausência certa do próximo jogo do Fla e talvez fique de fora em outras partidas.
Trago este assunto à tona pelo seguinte: volta e meia alguém aponta como solução para coibir a violência no futebol um sistema de punição que determinasse que o agressor deveria ficar afastado dos gramados a mesma quantidade de tempo que sua vítima. O incidente Taylor x Eduardo da Silva, quando o zagueiro inglês quase fez do croata-brasileiro um cadeirante, foi pródigo em motivar este tipo de opinião.
Vimos, ontem que as coisas não são tão lineares assim. Neymar fez uma falta das mais simples e Luiz Antonio caiu de mau jeito, daí a sua lesão. Imaginem se Neymar tivesse que ficar de fora enquanto não estivesse concluído o tempo de recuperação do flamenguista? Fica aí o exemplo.
3 comentários:
Seguindo a linha do post, punição a Neymar já! Essa regra é muito boa... mas só "quando não é com o seu".
Duas boas sacadas, a associação bem-humorada com o filme e o questionamento sobre a punição do infrator que machuca alguém.
Para a regra funcionar, teria de haver uma espécie de julgamento, pra averiguar se houve dolo ou não...
Parabéns pelo blog. Vida longa!
vc lembra do filme pq não gosta do seu nome né sr.Olavo?
Sobre o jogo, e o Edu Dracena? Achei que ele tava muito mal, ainda bem que o Corinthians não conseguiu contratá-lo.
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