Na última segunda-feira, com a vitória do Guarani sobre o Caxias, o São Caetano teve confirmado seu rebaixamento para a quarta divisão do futebol brasileiro, a famigerada Série D. É um destino inusitado para um time que, todos lembramos, foi bi-vice-campeão brasileiro e vice-campeão da Libertadores na década passada.
Porém, ainda que quase todas as análises sobre a derrocada do Azulão relembrem os feitos do time em tempos distantes, é preciso que esqueçamos a turma de Adhemar, Adãozinho e cia e lembremos que em 2012 - sim, isso mesmo, o ano retrasado - o clube do ABC só não voltou para a Série A do Brasileirão porque teve saldo de gols menor do que o Vitória, quarto colocado e contemplado com o acesso na segundona daquele ano.
Ou seja: um time que poderia perfeitamente estar na primeira divisão nacional em 2013 irá jogar a quarta em 2015.
O tombo do Azulão foi magistral e não ocorreu somente em nível nacional. No Paulistão, a equipe também foi rebaixada em 2013 e, em 2014, por pouco não descendeu à Série A-3. Pode-se dizer, sem medo de errar, que o time foi do "quase-céu" ao inferno de modo mais do que súbito, e tudo por conta de um saldo de gols.
O curioso é pensar que esse tipo de declínio abrupto não é um caso isolado do nosso futebol. Outros exemplos: o Vitória, em 2004, chegou a uma histórica semifinal de Copa do Brasil; no mesmo ano, caiu para a Série B do Brasileirão e, no ano seguinte, foi à Série C. O Guarani em 2012 fez bonito ao alcançar a decisão do Paulista e, na mesma temporada, caiu para a Série C nacional. E o Juventude amargou uma grande série de rebaixamentos no nível nacional, passando da Série A em 2007 para a Série D em 2011.
Quando times com menos camisa como São Caetano, Bragantino e Santo André atingem o fundo do poço, é comum pensarmos em causas estruturais e pensarmos que a situação não tem cura - e que a equipe permanecerá indefinidamente na letargia ou mesmo passará à extinção. Mas a história mostrou o contrário: o próprio Bragantino que sumiu no começo da década passada (após o 'surgimento' colossal nos anos 1990) ressurgiu bem e, se não é mais a potência nacional de outros tempos, hoje tem participação cativa na Série B e na elite estadual.
O fato e que essa sequência de tombos e ascensões é característica - ou melhor, é um reflexo - do nosso futebol, mal-estruturado e, por conta disso, imprevisível. Não é impossível imaginarmos um São Caetano bem montado nos anos seguintes e chegando novamente à Série B, por exemplo.
No fim das contas, acaba sendo um ponto positivo do caos que é a estrutura do nosso futebol.
Um comentário:
Um pouco antes de Bragantino, São Caetano e Santo André, tivemos Inter de Limeira, União São João e São José na elite nacional. Hoje, USJ tá na quarta divisão, Inter na A3, por onde o São José já passou...
Isso pra não falar de Paulista e Marília, que estiveram na boca do acesso à Série A em 2006 e 2003, respectivamente.
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