segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Fora Muricy

É, é isso.

Pode soar um tanto quanto imediatista pedir a demissão de um técnico que deu ao Santos dois títulos paulistas (o que configurou o tri, que ninguém no estado faturava desde 1969) e a tão sonhada Libertadores. Mas não há como não pensar diferente.

Aos fatos: o Santos, hoje, é um bando. Um time desorganizado, sem opções táticas, sem ninguém que chame a responsabilidade para si. Não há criatividade ofensiva e nem mesmo uma solidez na defesa que poderia nos fazer crer que a insatisfação dos santistas com o técnico deriva de sua fama de retranqueiro. Nunca foi tão óbvio dizer isso, mas lá vai: o Santos com Neymar é um time competitivo, sem ele é uma piada.

"Mas pô, sem o Neymar é realmente difícil, qualquer time ficaria fragilizado".

Aí que tá, meu povo. É aí onde mora o xis da questão.

A ausência de Neymar em grande parte dos jogos deste ano era previsível. Sabida. Qualquer canário belga cega tinha a certeza que o camisa 11 do Peixe seria requisitado para a disputa dos Jogos Olímpicos - e qualquer minhoca de jardim detinha a informação de que o Brasileirão não, não pararia durante isso, e nem mesmo quando a seleção fosse jogar amistosos.

A previsibilidade é o que determina a falha de Muricy. Ele tinha a informação e, portanto, tinha a obrigação de saber lidar com ela. O "aqui é trabalho, meu filho" deveria entrar em ação para reverter o quadro e dar ao Santos alternativas técnicas para jogar sem o moleque.

Mas não foi o que ocorreu, e aí o Santos se viu um café-com-leite no Nacional. Não há como fugir do óbvio outra vez: se não fosse Neymar e suas poucas aparições no Brasileiro, estaríamos na zona do rebaixamento.

Por isso é hora de agradecer a Muricy pelo bom trabalho no primeiro semestre de 2011, e permitir que ele e o Santos tenham vidas novas, distantes um do outro.

Fora Muricy.

Foto: Ricardo Saibun/© Santosfc.com.br

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Medo

É impressionante a diversidade de emoções que o Palmeiras é capaz de proporcionar aos amantes do futebol, principalmente aqueles que se auto intitulam PORCOS. Começo explicando o parágrafo acima confessando que duas palavras estão se tornando cada vez mais frequentes quando estou conversando sobre os resultados do time alviverde: BOTAFOGO e PORTUGUESA. São duas palavras que certamente você vai encontrar acompanhadas das suas irmãs gramaticais mais queridas: DESASTRE, VERGONHA e IMPOSSÍVEL. Acontece que o palmeirense passou a conviver com o medo de ver o nome do seu time fazendo companhia aos dois acima na lista de protagonistas de PROEZAS vexatórias. "Mas o time acabou de ganhar a copa do Brasil de forma heróica"- me lembrará o leitor mais antenado. Sim, GRAÇAS A DEUS! O problema é que aquele "AGORA VAI" que durou 3 dias após o 11.o título nacional está se tornando um "será que vamos conseguir ser o primeiro rebaixado na Libertadores?". Bom, ainda é cedo para tanta preocupação, concordo, mas antes se livrar agora do que correr atrás faltando meia dúzia de pelejas. O time anda fazendo boas partidas e realmente acho que o azar tem falado mais alto. Só que todos sabemos que o azar é membro HONORÁRIO de qualquer campanha pífia então é preciso vencê-lo também. Falta confiança, e ela só vem com vitórias. Se cada jogador buscar aquele espírito da Copa do Brasil, se acreditar que o ACASO é esta situação e não o título que conquistaram, o time pode sair desta situação. Senão, daqui 4 teremos mais um exemplo de coisas que "só acontecem com a Portuguesa, com o Botafogo e com o PALMEIRAS".